sexta-feira, 21 de março de 2014

Clima de guerra

O Rio de Janeiro vive hoje um clima de guerra. Numa cidade dividida entre as facções Comando Vermelho(CV), Comando Vermelho Rogério Lemgruber (CVRL), Terceiro Comando (TC), Amigo dos Amigos (ADA), as milícias e a Polícia Militar (PM), cada um quer mostrar o seu poder. Há décadas esquecidas pelo poder público, a implantação das UPPs a partir de 2008, trouxe um clima de falsa segurança para os moradores das comunidades (favelas) e as políticas públicas que ali não chegavam. Os traficantes e/ou milicianos foram "expulsos" e se fixaram em lugares onde ainda não havia ocupação militar. Resultado disso foi o aumento da violência no asfalto (roubos, assaltos, sequestros, tráfico de drogas e assassinatos). Agora, o cerco se fechou e já não há mais muito para onde correr. Não tendo mais alternativas, os traficantes estão tentando retomar os locais ocupados pela PM. No meio do fogo cruzado, estão mais uma vez os moradores dessas comunidades e arredores, trabalhadores que já sofrem todas as consequências do descaso do poder público com os seus direitos e políticas públicas. No meio disso tudo estava mais uma das vítimas do despreparo da PM, a auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira. Um desses trabalhadores, mulher simples, que simplesmente queria comprar pão, o pão nosso de cada dia, para alimentar três sobrinhos que ficavam sobre seus cuidados. A morte dela foi uma sequência de erros da abordagem à tentativa de socorro. Desculpem-me a expressão, mas para cobrir uma merda, cagaram o banheiro inteiro. Mais uma vez os bandidos estão mostrando seu poder de fogo, atacando a Polícia e trazendo mais uma vez o medo às ruas cariocas. Somos reféns do medo. Pois é, hoje se quer pode-se ir à padaria comprar pão. Somos reféns do medo. Somos reféns do descaso. Somos reféns do despreparo. Somos reféns de tudo... e de todos.

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