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quarta-feira, 13 de março de 2013
ARCADISMO
O século XVII ainda trazia as armaguras dos séculos anteriores por conta das brigas de dessidentes da Igreja Católica através do movimento chamado Reforma Protestante e da reação da Igreja Católica com a Contra Reforma e a sua "Santa" Inquisição, que levava para fogueira aqueles que discordassem dos seus pensamentos e de suas ordens. Portanto, foi conhecido como o século das trevas. Nesse século, ainda imperava o poder dos nobres e do clero, o teocentrismo (Deus no centro)e a Terra como plana e o centro do universo.
O século XVIII traz mudanças radicais para a humanidade. Com a diminuição do poder da Igreja e da nobreza, o conhecimento passa para os pensadores leigos e a partir daí, novos conceitos são expostos e aceitos, como por exemplo a ideia de que a Terra é redonda e que o Sol é que é o centro do Universo. Acontece a Revolução Industrial, em que a produção deixa de ser artesanal e passa para o processo industrial, em larga escala e a cultura, a arte, a literatura adotam novos parâmetros.
Surge então o Humanismo e o antropocentrismo, em que o homem começa a ser visto como centro das coisas e seus sentimentos, pensamentos e relações são levados mais em conta e tomam um plano mais terreno.
É nesse contexto que surge o Arcadismo, movimento artístico, cultural e literário que retoma os ideais clássicos de clareza, objetivismo, simplicidade e universalismo. A ideia principal é fugir para o campo (fugere urben = fuga da cidade), cultuar a natureza e os seus elementos (bucolismo), comportar-se como homem do campo, um pastor de ovelhas (pastoralismo), curtir ao máximo o momento (carpe dien)e a simplicidade no falar e escrever, sem os exageros do Barroco (inutilia truncat). Os poetas assumiam pseudônimos, relacionados a deuses greco-romanos, principalmente para não serem reconhecidos por causa de seus envolvimentos em movimentos políticos libertários, como a Inconfidência Mineira.
No Brasil, considera-se como ponto de partida do Arcadismo o lançamento do livro de poemas Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa em 1768. Além desse, os outros principais reperesentes dessa época são:
Tomás Antônio Gonzaga
Português de nascimento, Tomás Antônio Gonzaga passou sua infância no Brasil. Voltou a Portugal e se formou em Coimbra. A partir de 1782 passou a exercer o cargo de ouvidor em Vila Rica.
Apaixonou-se aos 40 anos de idade por Maria Doroteia Joaquina de Seixas, de 17 anos. A família da moça se opôs ao namoro. Quando estava prestes a vencer as resistências, foi preso e enviado para a ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, por ter participado da Inconfidência Mineira, em 1789.
Os últimos anos de sua vida, passou exilado em Moçambique, casado com a filha de um comerciante de escravos. Nunca se casou com Maria Dorotéia, mas transformou esse namoro no primeiro mito amoroso da literatura brasileira e nele inspirou uma das mais importantes obras líricas da língua
As Liras de Tomás Antônio Gonzaga, popularmente conhecidas como Marília de Dirceu, constituem a obra poética de maior relevância do século XVIII do Brasil e do Neoclassicismo em língua portuguesa.
Duas tendências são perceptíveis nas liras de Gonzaga, assim como é possível observar na obra do português Bocage, da mesma época:
O equilíbrio e o contentamento do Arcadismo, além da utilização das paisagens neoclássicas: o pastor, a pastora, o campo, a serenidade do local etc.;
O pré-Romantismo representado no emocionalismo, na manifestação pungente da crise amorosa e, logo após, na prisão, que reproduzem a crise existencial do poeta.
A todo momento, a emoção rompe a estilização arcádica, surgindo, assim, uma poesia de alta qualidade e competência,
Dividida em duas partes mais uma terceira, cuja autenticidade é contestada por alguns críticos, Stefani Joanne narra o drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia.
1ª parte: reúne os poemas anteriores à prisão de Gonzaga. Nela é mais evidente as composições convencionais: Dirceu contempla a beleza da pastora Marília em pequenas odes anacreônticas. Em algumas liras, o poeta não consegue disfarçar suas confissões amorosas. Mostra-se ansioso por amar uma moça muito mais jovem, por querer demonstrar que merece o coração da amada. Também faz projetos para o futuro ao lado da moça.
2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Traduzem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Esta é considerada a parte de maior qualidade, pois, apesar das convenções ainda presentes, já não consegue sustentar o equilíbrio neoclássico. Há certo pessimismo confessional que já prenunciam o emocionalismo romântico, utilizando Marília como pretexto para falar de seu sofrimento, de si mesmo. Ações que são consideradas pré-romântica para alguns.
3ª parte: possivelmente escrita depois da prisão, a terceira parte fala de traições, desenganos, amores, que inclusive não são mais dedicados somente a Marília, que já não aparece com tanta frequência. Essa parte parece evidenciar uma tentativa (ou não) de superação por parte de Dirceu. Alguns críticos contestam a autenticidade dessa última parte.
Basílio da Gama
Foi um poeta luso-brasileiro do Brasil Colônia, filho de pai português e mãe brasileira.
Ficou órfão e foi para o Rio de Janeiro. Entrou em 1757 para a Companhia de Jesus. Dois anos depois, a ordem foi expulsa do Brasil e o poeta foi para Portugal e depois para Roma, onde foi admitido na Arcádia Romana. De volta a Lisboa, por suspeita de jansenismo, foi condenando ao degredo em Angola; salvou-o um epitalâmio que dedicou à filha do marquês de Pombal, que o indultou e protegeu.
Em 1769, publica o poema épico O Uraguai, que tem por assunto a guerra movida por Portugal aos índios das missões do Rio Grande do Sul (Sete Povos das Missões). Mais tarde foi nomeado oficial da Secretaria do Reino. Patrono da Academia Brasileira de Letras. Utilizou o pseudônimo Termindo Sipílio.
Santa Rita Durão
Frei José de Santa Rita Durão (Cata Preta, 1722 — Lisboa, 1784) foi um religioso agostiniano brasileiro[1][2] do período colonial, orador e poeta. É também considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. Seu poema épico Caramuru é a primeira obra narrativa escrita a ter, como tema, o habitante nativo do Brasil; foi escrita ao estilo de Luís de Camões, imitando um poeta clássico assim como faziam os outros neoclássicos (árcades).
Caramuru (livro)
Caramuru, a mais importante obra de José de Santa Rita Durão, é um poema épico cujo tema é o Descobrimento da Bahia. O poema foi escrito em 1781, e é uma das obras que mais se destacam no Arcadismo brasileiro. A obra retrata vários fatos históricos marcantes do Brasil.
Bibliografia e "videografia"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arcadismo_no_Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=dlVFyhXha-E
http://www.youtube.com/watch?v=-HLphsCUMno
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