Poesia
Quis criar poesia,
Falar do belo.
E o que tenho?
Palavras sujas, frias, vulgares.
Posso ver a cor do barro em minhas letras.
Quis falar de alegria
E o que restou?
A dor das seringas, o grito da agonia ensangüentada,
Crianças nascendo, favela surgindo.
Veio pureza em minha mente
E o que saiu dos meus lábios?
Prostitutas prostituídas nos becos,
Cães latindo para o bêbado à sarjeta
Lama suja ao céu aberto
E das minhas flores não tive o néctar
Cheirei o monóxido, as fossas esgotadas,
A merda da vaca que fugiu ao presépio
Quis chorar aos que passavam
O lixo derramado à rua cheia
Ou a minha decepção
Em não reciclá-lo em minhas palavras
Mas poeta não chora
Poeta berra aos que ouvem
Sem palavras... com dedos.
Mulher
Mulher no peito
Mulher na pele
Mulher no jeito
Mulher!
Mulher nos olhos
Mulher nos lábios
Mulher!
Mulher meio anjo
Que vem devagar
Mexe fundo e sai
Mulher!
Mulher que duvida
E faz duvidar
Mulher fêmea, menina no ser
Que faz suspirar
Mulher!
Mulher que é única
Que me faz sentir
Algo diferente assim
Mulher!
Que goza e chora
Mas chora que goza
Quero a menina flor
Que há em teu ser
Mulher!
Preciso de alguém
Preciso de alguém
Alguém que me aperte a mão
Que adoce meus lábios
Que sinta forte meu peito
Preciso de alguém
Alguém que saiba amar
Que respire meu ar
Leve-me às estrelas
Preciso de alguém
Alguém que sinta minha alma
Que conheça meus desejos
Preciso de alguém
Alguém frágil e seguro
Que saiba doar e receber
Para ser amiga e amante
Preciso de alguém
Alguém que seja precisamente
Alguém.
Ilha
Minha vida cheira à morte
E não consigo respirar
Cada vez que tento
Não encontro direção
Tudo que me rodeia
Não me ajuda a caminhar
Volto atrás, vou ao chão
E morro de sede no mar
E que vou fazer
Nesta ilha cercada por tubarões
Que fingem ser meus amigos
Mas que devoram até meus ossos?
Você
Seu jeito me cativa
Seu sorriso me atrai
Ingênua, meio anjo
Não sei por que
Mexe fundo em mim
Como um menino, disfarço
Corro pra te ver
Queria seu cheiro
Sua saliva meu desejo
O gosto da sua pele
Quem é você... O que quer,
O que pensa... Desejo saber
Anseio seus olhos
Anseio você
Penso em você
Penso em você a cada instante
Não consigo me conter
E penso em você
Sinto a sua face
O teu cheiro, o teu prazer
Às vezes me pergunto
Se sente o mesmo
Busco-a em meus olhos
Vejo seu corpo
Envolvo-me em dúvidas
Se é certo lhe querer
Ora a vejo menina
Ora a vejo mulher
É difícil ficar assim
Quando sinto sua falta
Desejo sua voz
Para calar a dor no peito
Saboreio a sua ausência
Anseio sua presença
Penso em você.
Ele foi criado para estreitar os meus laços com os parentes, amigos, alunos e simpatizantes e deixar minhas impressões sobre temas diversos, bem como receber comentários acerca deles. Por favor, contribuam com críticas, sugestões e opiniões. Um cordial abraço.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
SOMBRAS
SOMBRAS
Hoje o dia amanheceu mais cinzento
E não era o cinza no ar
Era na alma, no olhar
Hoje
O dia pareceu mais vazio
E não era o vazio do espaço
Era o vazio em cada passo
Hoje
Faltava uma sombra ao meu lado
E não era a minha sombra
Era a minha outra sombra
Hoje o dia amanheceu mais cinzento
E não era o cinza no ar
Era na alma, no olhar
Hoje
O dia pareceu mais vazio
E não era o vazio do espaço
Era o vazio em cada passo
Hoje
Faltava uma sombra ao meu lado
E não era a minha sombra
Era a minha outra sombra
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
o homem da minha vida
narcisismo

Em época da era da máquina digital, todo mundo tem seu momento de Narciso. Nunca foi tão fácil registrar um auto-retrato. É um tal de se contorce daqui, se contorce dali que quase se quebra o pescoço para encontrar uma melhor posição de registrar a foto. E, se não gostou, já se deleta. Eu, euzinha/o, euuuuuu! Ainda bem que não se podem entrar na máquina digital... porque se pudesse, acredito que 30% da população já teria desaparecido da face da terra para morar o mundo virtual. Que chique! Morra de inveja, Narciso! Olha euzinho aí do lado.
Assinar:
Comentários (Atom)
